quarta-feira, 29 de junho de 2011




Havia a levíssima embriaguez de andarem juntos, a alegria como quando se sente a
garganta um pouco seca e se vê que por admiração se estava de boca entreaberta:
eles respiravam de antemão o ar que estava à frente, e ter esta sede era a própria água deles.
Andavam por ruas e ruas falando e rindo, falavam e riam para dar matéria peso à levíssima
embriaguez que era a alegria da sede deles.
Por causa de carros e pessoas, às vezes eles se tocavam, e ao toque – a sede é a graça,
mas as águas são uma beleza de escuras – e ao toque brilhava o brilho da água deles,
a boca ficando um pouco mais seca de admiração.
Como eles admiravam estarem juntos!
Até que tudo se transformou em não.
Tudo se transformou em não quando eles quiseram essa mesma alegria deles.
Então a grande dança dos erros. O cerimonial das palavras desacertadas.
Ele procurava e não via, ela não via que ele não vira, ela que, estava ali, no entanto.
No entanto ele que estava ali. Tudo errou, e havia a grande poeira das ruas,
e quanto mais erravam, mais com aspereza queriam, sem um sorriso.
Tudo só porque tinham prestado atenção, só porque não estavam bastante distraídos.
Só porque, de súbito exigentes e duros, quiseram ter o que já tinham.
Tudo porque quiseram dar um nome; porque quiseram ser, eles que eram.
Foram então aprender que, não se estando distraído, o telefone não toca,
e é preciso sair de casa para que a carta chegue, e quando o telefone finalmente toca,
o deserto da espera já cortou os fios. Tudo, tudo por não estarem mais distraídos.”

[Clarice Lispector]



“Comprovei que tudo que já foi escrito sobre o amor é verdade.
Shakespeare disse: “as buscas terminam com o encontro dos apaixonados”.
Que idéia maravilhosa!!
Pessoalmente, eu nunca passei por nada parecido com isso.
Mas estou convencida de que Shakespeare já.
Suponho que penso no amor mais do que deveria; me admira o grande poder do amor em alterar e definir as nossas vidas.
Shakespeare também disse que o amor é cego.
Isso sei que é verdade.
Para alguns, sem explicação, o amor se apaga.
Para outros o amor se vai.. ou brota quando menos se espera, mesmo que seja só por uma noite.
No entanto, existe outro tipo de amor. O mais cruel… aquele que quase mata suas vitimas.
Chama-se “amor não correspondido”. E nesse tipo, sou experiente.
A maioria das histórias de amor falam das pessoas que se amam mutuamente.
Mas, o que acontece com os demais?
E as nossas histórias?
Aqueles que se apaixonam sozinhos?
Somos vitimas de uma relação unilateral.
Somos os amaldiçoados dos amantes, somos os não amados.
Os mortos vivos, os deficientes sem estacionamento reservado…”

[do Filme -”O amor não tira férias]



"O tempo não se encarrega de matar desejos, apenas de substituir os personagens."


[Tati Bernardi]



“Não me venha com meios-termos. Com mais ou menos qualquer coisa. Venha a mim com corpo, alma... e falta de ar.”


(Marla Queiroz)

quarta-feira, 15 de junho de 2011




"Oh! a alegria das coisas com aquela mudança
Para onde? Não importa! Desde que não seja
Este eterno mesmo lugar."

[Mário Quintana - do poema: A Mudança]



"És assim! são assim todos os homens,
Eterna negação.
Por mais que o teu amor ao meu se dê,
És sempre para mim uma interrogação."

[Palmyra Wanderley - do poema: Uma Interrogação]




"Você sabe que podemos passar a vida inteira colecionando dias, mas que nenhum vale mais do que aquele que desejaríamos ter de volta"

[Mitch Albom - Por mais um dia]



"O pássaro é livre
na prisão do ar.
O espírito é livre
na prisão do corpo.
Mas livre, bem livre,
é mesmo estar morto."

[Farewell - Carlos Drummond de Andrade]







"Mas quando se trata da vida mesmo - quem nos ampara? pois cada um é um. E cada vida tem que ser amparada por essa própria vida desse cada um. Cada um de nós: eis com que contamos."


[Carice Lispector em Onde estivestes de noite ]

Não consigo mais colocar imagens. =/

terça-feira, 14 de junho de 2011

""Volto às minhas lembranças que foram se acumulando no meu eu lá de dentro,em camadas, feito poeira. Invento (de vez em quando) o que é sempre melhor do queo nada que nem chega a ser nada porque meu coração pulsante diz EU SOU EU SOU EU SOU. Meu peito (rachado) continua oco..."


[Lygia Fagundes Telles]



"Confesso! As vezes tenho vontade de sair por ai destruindo corações, pisando em sentimentos alheios ou sei lá, alguma coisa que me faça realmente merecer esse meu sofrimento no amor."


Caio F.

quarta-feira, 1 de junho de 2011




"Então, não perca seu tempo comigo. Eu não sou um corpo que você achou na noite. Eu não sou uma boca que precisa ser beijada por outra qualquer. Eu não preciso do seu dinheiro. Muito menos do seu carro. Mas, talvez, eu precise dos seus braços fortes. Das suas mãos quentes. Do seu colo pra eu me deitar. Do seu conselho quando meu lado menina não souber o que fazer do meu futuro. Eu não vou te pedir nada. Não vou te cobrar aquilo que você não pode me dar. Mas uma coisa, eu exijo. Quando estiver comigo, seja todo você. Corpo e alma. Às vezes, mais alma. Às vezes, mais corpo. Mas, por favor, não me apareça pela metade. Não me venha com falsas promessas. Eu não me iludo com presentes caros. Não, eu não estou à venda. Eu não quero saber onde você mora. Desde que você saiba o caminho da minha casa. Eu não quero saber quanto você ganha. Quero saber se ganha o dia quando está comigo."


[Caio F.]