sexta-feira, 1 de julho de 2011




"Surdo a qualquer zen-budismo o coração doía sintonizado com o espinho. Melodrama: nem amor, nem trabalho, nem família, quem sabe nem moradia — coração achando feio o não-ter. Abandono de fera ferida, bolero radical. Última das criaturas, surto de lucidez impiedosa da Big Loira de Dorothy Parker. Disfarçado, comecei a chorar. Troquei os óculos de lentes claras pelos negros ray-ban — filme. Resplandecente de infelicidade, eu subia a Rua Augusta no fim de tarde do dia tão idiota que parecia não acabar nunca. Ah! como eu precisava tanto que alguém me salvasse do pecado de querer abrir o gás."


[Caio Fernando de Abreu]

Um comentário:

  1. Lindo seu blog, mas eu já sigo há um tempo!
    Segue o meu também: http://inspiracaodesconhecida.blogspot.com/
    Obrigada *-*

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