terça-feira, 9 de outubro de 2012

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Acordei! A casa estava quente como o meu corpo. No silêncio do quarto a percepçåo De que o amanhå havia acabado de despertar. Entre olhos sonolentos, O corpo arrepiado, Transformou a superfície lisa em leves ondas. Todos os músculos foram esticados. Cada fibra estendida ao extremo. A boca abriu-se... Na frente o espelho revelava a silhueta, Que dengosa percebeu suas formas delicadas Nas curvas acentuadas. Sorri... O tempo nublado percorreu e penetrou no aposento. Intrometido! Transformou a quietude com o suave zumbir dos ventos. Trocou a cor pálida das paredes. Deu vontade de cobrir, ficar encolhida, quieta. Era hora da partida que nåo pode deixar para amanhå o adeus de todos os dias. Deixei que os minutos passassem, nåo fiz queståo de segurá-los. Que o tempo nublado chegasse, penetrasse todos os meus poros. Que as horas permitissem aos minutos serem donos do tempo. No peito arfante os dois elementos se misturaram, nublando Meus pensamentos. Fizeram do corpo moradia."

 

(Tereza Cristina Fraga)


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