terça-feira, 9 de outubro de 2012

"Nas noites claras de luar, costumo ir das águas ouvir o vão lamento; e, após o ouvi-las, cauteloso e atento que o rio também sofre, eis que presumo. Nesse que leva tortuoso rumo, que fado triste e por demais cruento: Vai deslizando agora doce e lento e agora desce encachoeirado e a prumo. O dorso aqui lhe encrespa leve brisa, ali o deslizar calhau lhe veda; além, de novo, sem fragor, desliza... És como o rio, coração tristonho: Se ele vive a chorar de queda em queda, vives tu a gemer de sonho em sonho." (Belmiro Braga)

Um comentário:

  1. Este pensador, viageiro entre Sois
    Esta Ave pousada em mil embarcações
    Este barco que passa sem vela ou remo
    Esta arca repleta de vibrantes emoções

    Esta mestiça flor de açafrão
    Este ramo de espinhos cravados na mão
    Esta alma que não ousa largar opinião
    Este homem vestido de solidão

    Ouvi um som profundo e breve
    Vindo de uma perdida lembrança
    Toquei de leve os trincos da memória
    E senti o golpe frio de uma afiada lança

    Boa semana


    Doce beijo

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