sábado, 29 de setembro de 2012
sexta-feira, 28 de setembro de 2012
domingo, 16 de setembro de 2012
“Tudo que eu queria era estar dentro de você agora, neste domingo, às 07h da manhã”, me diz ao telefone. Respondo com voz sonolenta e um tanto sarcástica: “veja como a vida é irônica: estou a 16 km do seu desejo e a 100 anos-luz da minha vontade de satisfazê-lo...
Repenso o que eu disse: “seria muito bom se só quiséssemos o inevitável, não o impossível”. Seria.
(Marla de Queiroz)
terça-feira, 11 de setembro de 2012
"Entrando ou saindo
Sem face me movo
Deambulando em cores minhas
De fogo ou terra
Sem face, procuro ver para além daquilo
que o além for
Saindo de mim espalho-me pelo espaço
que não é meu
Procuro o chão que não sinto
Procuro o sentir que me queime
Que me doa
Quem me ame
Que me pise
Me segure...
Insegura no passo
vou
deambulando em cores tão só minhas
Não sei sentir o que será
para além de além
Piso-o
Não escorrego
Ando firme num chão que não tenho"
(Teresa Maria Queiroz)
Sem face me movo
Deambulando em cores minhas
De fogo ou terra
Sem face, procuro ver para além daquilo
que o além for
Saindo de mim espalho-me pelo espaço
que não é meu
Procuro o chão que não sinto
Procuro o sentir que me queime
Que me doa
Quem me ame
Que me pise
Me segure...
Insegura no passo
vou
deambulando em cores tão só minhas
Não sei sentir o que será
para além de além
Piso-o
Não escorrego
Ando firme num chão que não tenho"
(Teresa Maria Queiroz)
"Sou assim...
Prosa e poesia
canto e lamento
alegria e solidão
rosa nascida na pedra
ave de asas cortadas
vulcão que ainda fumega
chuva em pleno verão
Sou assim...
Metáfora bordada
nos versos do poema
que o tempo não apaga
Sou, enfim...
bordados de mim.
(Cada uma de nós tem seus pontos cheios ou em cruz, bordados e rebordados, tecidos nas próprias veias...)"
(Ariadna Garibaldi)
Prosa e poesia
canto e lamento
alegria e solidão
rosa nascida na pedra
ave de asas cortadas
vulcão que ainda fumega
chuva em pleno verão
Sou assim...
Metáfora bordada
nos versos do poema
que o tempo não apaga
Sou, enfim...
bordados de mim.
(Cada uma de nós tem seus pontos cheios ou em cruz, bordados e rebordados, tecidos nas próprias veias...)"
(Ariadna Garibaldi)
'Quando o cinza de um dia taciturno bate dentro da gente, sentimos uma dor gostosa, como a melodia dos poetas. Num instante sentimos um prazer calmo e solene. Se isso ocorrer com você um dia qualquer, não faça por menos, curta esse dia minuto a minuto, não se envergonhe, nada é ruim se você se enquadra na sua felicidade. Calce a poesia e ande.'
(Paulo Baleki)
"Abra essa garrafa,
É vinho d’outra safra,
É poesia curtida,
Mas pode ser sorvida.
É perfume de alfazema,
Composto em um poema,
Veste a alma de alegria,
Desaperta em si a magia.
Todo poema é assim,
Um mar azul sem fim,
Água que beija a areia,
Ao canto de uma sereia.
E quando fala de amor,
O coração vira flor,
A alma se veste de lua,
E a paz se torna nua.
Na verdade me inebria,
Quando me toma a poesia,
Me eleva ao paraíso,
E de mais nada eu preciso".
(Santaroza)
"E no meio dessa confusão alguém partiu sem se despedir; foi triste. Se houvesse uma despedida talvez fosse mais triste, talvez tenha sido melhor assim, uma separação como às vezes acontece em um baile de carnaval — uma pessoa se perde da outra, procura-a por um instante e depois adere a qualquer cordão. É melhor para os amantes pensar que a última vez que se encontraram se amaram muito — depois apenas aconteceu que não se encontraram mais.
Eles
não se despediram, a vida é que os despediu, cada um para seu lado —
sem glória nem humilhação.Creio que será permitido guardar uma leve
tristeza, e também uma lembrança boa; que não será proibido confessar
que às vezes se tem saudades; nem será odioso dizer que a separação ao
mesmo tempo nos traz um inexplicável sentimento de alívio, e de sossego;
e um indefinível remorso; e um recôndito despeito.E que houve momentos
perfeitos que passaram, mas não se perderam, porque ficaram em nossa
vida; que a lembrança deles nos faz sentir maior a nossa solidão; mas
que essa solidão ficou menos infeliz: que importa que uma estrela já
esteja morta se ela ainda brilha no fundo de nossa noite e de nosso
confuso sonho?
Talvez
não mereçamos imaginar que haverá outros verões; se eles vierem, nós os
receberemos obedientes como as cigarras e as paineiras — com flores e
cantos. O inverno — te lembras — nos maltratou; não havia flores, não
havia mar, e fomos sacudidos de um lado para outro como dois bonecos na
mão de um titeriteiro inábil. Ah, talvez valesse a pena dizer que houve
um telefonema que não pôde haver; entretanto, é possível que não
adiantasse nada. Para que explicações? Esqueçamos as pequenas coisas
mortificantes; o silêncio torna tudo menos penoso; lembremos apenas as
coisas douradas e digamos apenas a pequena palavra: adeus. A pequena palavra que se alonga como um canto de cigarra perdido numa tarde de domingo."
( Rubem Braga -Extraído do livro "A Traição das Elegantes", Editora Sabiá – Rio de Janeiro, 1967, pág. 83.)
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