terça-feira, 9 de outubro de 2012








"De repente acordo e Vejo bem perto De mim, colado quase ao meu, desnudo, Também, cansado, inerte no veludo, O corpo dela, sem censura, aberto O coração, de sentimento incerto, Às vezes, mesmo, indiferente a tudo. De tanto vê-la assim me desiludo E me entristeço sempre que desperto. Sem esperança de acordar com ela, Eu fico preso ao meu amor constante E paro, e penso e sinto, num instante, Quando ela dorme, assim, imóvel, bela: ...Eu dos seus sonhos estou tão distante, Que nem parece que estou junto dela."





(Abdias Sá, João Pessoa, 1981)

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