Senhor, a noite veio e a alma é vil.
Tanta foi a tormenta e a vontade!
Restam-nos hoje, no silêncio hostil,
O mar universal e a saudade.
Mas a chama, que a vida em nós criou,
Se ainda há vida ainda não é finda.
O frio morto em cinzas a ocultou:
A mão do vento pode ergue-la ainda.
Dá o sopro, a aragem, – ou desgraça ou ânsia -
Com que a chama do esforço se remoça,
E outra vez conquistemos a Distância -
Do mar ou outra, mas que seja nossa!
[Fernando Pessoa]
Que lindo, Fernando Pessoa manda muito bem.
ResponderExcluiradorei o poema.
beijinhos e ótima quarta !
lindo demais esse poema *-*
ResponderExcluir[gostava de saber a composição da mão de Pessoa... invisível à matéria, de modo a poder tocar directamente no seu vaso vítreo e coronário?
ResponderExcluirmistério, insondável, mas visível imaginário!]
um imenso abraço
virtual, mas de carne e osso
Leonardo B.
Graaandee Pessoa!
ResponderExcluirDe uma sensibilidade incrível.
Parabéns a você, pelo bom gosto indiscutível.
beijos!
Olá Flávia, encontrei suas páginas através do blog da Nívea (que inclusive está com um comentário acima), e gostei bastante, até também por encontrar Pessoa já de início; estarei acompanhando.
ResponderExcluirAbraços Marco