quarta-feira, 16 de junho de 2010



"Sabe, eu me perguntava até que ponto você era aquilo que eu via em você ou apenas aquilo que eu queria ver em você. Eu queria saber até que ponto você não era apenas uma projeção daquilo que eu sentia, e se era assim, até quando eu conseguiria ver em você todas essas coisas que me fascinavam e que no fundo, sempre no fundo, talvez nem fossem suas, mas minhas, e pensava que gostar era só conseguir ver, e desamar era não mais conseguir ver, entende?
Eu quis tanto ser a tua paz, quis tanto que você fosse o meu encontro. Quis tanto dar, tanto receber. Quis precisar, sem exigências. E sem solicitações, aceitar o que me era dado. Sem ir além, compreende? Não queria pedir mais do que você tinha, assim como eu não daria mais do que dispunha, por limitação humana. Mas o que tinha, era seu.
(...)
Tinha terminado, então. Porque alguma coisa dentro da gente, sempre sabe exatamente quando termina.
Mas de tudo isso, me ficaram coisas tão boas. Uma lembrança boa de você, uma vontade de cuidar melhor de mim, de ser melhor para mim e para os outros. De não morrer, de não sufocar, de continuar sentindo encantamento por alguma outra pessoa que o futuro trará, porque sempre traz, e então não repetir nenhum comportamento. Ser novo.
Mesmo que a gente se perca, não importa. Que tenha se transformado em passado antes de virar futuro. Mas que seja bom o que vier, para você, para mim. Te escrevo, enfim, me ocorre agora, porque nem você nem eu somos descartáveis.
. . . E eu acho que é por isso que te escrevo, para cuidar de ti, para cuidar de mim – para não querer, violentamente não querer de maneira alguma ficar na sua memória, seu coração, sua cabeça, como uma sombra escura."

Isso não é cobrança, nem declaração, nem nada.
Talvéz só algumas palavras que eu sempre tive vontade de falar...
Falta de oportunidade talvéz, nenhuma palavra sua que me abrisse espaço de falar qualquer coisa sobre nós.
Aliás, sobre eu e você, porque na verdade nunca fomos nós, somos sexo, carinho, afinidade, farras, mesa de bar e uma vontade.
No começo da minha parte foi totalmente diferente, sem saber das tuas historias, dos sentimentos amarrados no passado, sem saber que não eras uma pessoa livre por inteira, eu fiz planos, eu construi sentimentos, eu te respeitei todos os dias e eu te quis, como eu quis.
Mas depois eu fui vendo que a realidade era outra, você me mostrou que a realidade era outra, e tudo foi mudando dentro de mim, sentimento diminuindo, e como não consegui cumprir nenhuma palavra daquela conversa que tivemos na frente da minha casa, continuamos e continuamos.. e foi muito pior, porque perdemos contato, por que ficou tudo muito 'solto',e eu comecei a agir de outra forma, você também, desgastou. E eu me recriminava por estar sempre esperando que nada fosse como eu esperava, ainda que soubesse.
és especial pra mim,és uma mistura de rock, samba; Janis Joplin, Chico Buarque; uma percussão, um tamborim. E no fundo, a sutileza de um contraponto de uma sinfonia de Bach.E eu não quero perder tua amizade, nem tua companhia.

Apenas algumas coisas que deverias saber...


[Caio Fernando e Flávia Diniz]

=~~

"E amanhã tem sol."

Um comentário:

  1. Caio e Flávia, Belíssima Postagem.
    Me fez pensar nas pessoas que são especiais pra mim.

    Sucesso sempre à vocês.

    beijoss

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