quinta-feira, 22 de outubro de 2009

O amor comeu até os dias ainda não anunciados nas folhinhas. Comeu os minutos de adiantamento de meu relógio, os anos que as linhas de minhas mãos asseguravam. Comeu o futuro grande atleta, o futuro grande poeta. Comeu as futuras viagens em volta da terra, as futuras estantes em volta as sala.

O amor comeu minha paz e minha guerra. Meu dia e minha noite. Meu inverno e meu verão. Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte.
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[João Cabral de Melo Neto ]

Um comentário:

  1. O amor realmente é algo tão completo que nos faz achar que não prescisamos de mais nada...Eu mesmo não vou mais saber oq é isso, pois descidi que não quero mais e quando eu notei que a placa de ferro que eu havia posto no lugar do meu coração já não funcionava mais...me vi na obrigação de morrer de vez...

    Amei o simbolo...e brigado por ter gostado...vou voltar mais vezes...abração

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