“O Que Eu Adoro em ti,
Não é a tua beleza.
A beleza, é em nós que ela existe.
A beleza é um conceito.
E a beleza é triste.
Não é triste em si,
Mas pelo que há nela de fragilidade e de incerteza.
O que eu adoro em ti,
Não é a tua inteligência.
Não é o teu espírito sutil,
Tão ágil, tão luminoso,
- Ave solta no céu matinal da montanha.
Nem é a tua ciência
Do coração dos homens e das coisas.
O que eu adoro em ti,
Não é a tua graça musical,
Sucessiva e renovada a cada momento,
Graça aérea como o teu próprio pensamento.
Graça que perturba e que satisfaz.
O que eu adoro em ti,
Não é a mãe que já perdi.
Não é a irmã que já perdi.
E meu pai.
O que eu adoro em tua natureza,
Não é o profundo instinto maternal
Em teu flanco aberto como uma ferida.
Nem a tua pureza. Nem a tua impureza.
O que eu adoro em ti – lastima-me e consola-me!
O que eu adoro em ti, é a vida”
Bandeira, Manoel, Madrigal Melancólico, in: Poesia Completa e Prosa /
Lindo!
ResponderExcluirObrigado por partilhar esse texto.
A beleza quando se é vista com olhos sinceros acaba se tornando verdadeira.
ResponderExcluircurti o poema!
ainda bem que há alguem vivo para que possamos gostar.
ResponderExcluirNossa, que texto lindo!
ResponderExcluir"...o que eu adoro em ti é ti, é teu eu!"
ResponderExcluirlinda declaração
*-*
Adorei o poema...!
ResponderExcluirAdoro o seu blog.. *-*
Bjinhos
Bandeira é demais!
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