sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010







Cai amplo o frio e eu durmo na tardança
De adormecer.
Sou, sem lar, nem conforto, nem esperança,
Nem desejo de os ter.

E um choro por meu ser me inunda
A imaginação.
Saudade vaga, anônima, profunda,
Náusea da indecisão.

Frio do Inverno duro, não te tira
Agasalho ou amor.
Dentro em meus ossos teu tremor delira.
Cessa, seja eu quem for!

[Fernando Pessoa, 19-1-1931.]

2 comentários:

  1. [não sei se o Fernando me vai perdoar, mais o ignoto Sebastião, mas hoje preguei uma partida aos "malandros do Orfeu"...]

    um imenso abraço

    Leonardo B.

    http://abarcadosamantes.blogspot.com/2010/02/dom-sebastiao-da-brazileira-do-chiado.html

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  2. Belo poema do Pessoa!
    "De ti há tantos tons!"

    Abraço.

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