Cai amplo o frio e eu durmo na tardança
De adormecer.
Sou, sem lar, nem conforto, nem esperança,
Nem desejo de os ter.
E um choro por meu ser me inunda
A imaginação.
Saudade vaga, anônima, profunda,
Náusea da indecisão.
Frio do Inverno duro, não te tira
Agasalho ou amor.
Dentro em meus ossos teu tremor delira.
Cessa, seja eu quem for!
[Fernando Pessoa, 19-1-1931.]
[não sei se o Fernando me vai perdoar, mais o ignoto Sebastião, mas hoje preguei uma partida aos "malandros do Orfeu"...]
ResponderExcluirum imenso abraço
Leonardo B.
http://abarcadosamantes.blogspot.com/2010/02/dom-sebastiao-da-brazileira-do-chiado.html
Belo poema do Pessoa!
ResponderExcluir"De ti há tantos tons!"
Abraço.