quarta-feira, 11 de agosto de 2010
O amor quer abraçar e não pode.
A multidão em volta,
com seus olhos cediços,
põe caco de vidro no muro
para o amor desistir.
O amor usa o correio,
o correio trapaceia,
a carta não chega,
o amor fica sem saber se é ou não é.
O amor pega o cavalo,
desembarca do trem,
chega na porta cansado
de tanto caminhar a pé.
Fala a palavra açucena,
pede água, bebe café,
dorme na sua presença,
chupa bala de hortelã.
Tudo manha, truque, engenho:
é descuidar, o amor te pega,
te come, te molha todo.
Mas água o amor não é.
[Adélia Prado]
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Lovely ....nice colors Flavia
ResponderExcluirgreetings, Joop
Bonito este poema de Adélia Prado que eu não conhecia.
ResponderExcluirObrigada!
L.B.
Tirei o dia hoje para conhecer novos blogs, e como tem blogs nessa imensa blogsfera, e foi assim que acabei chegando até o seu.
ResponderExcluirUma delicia de leitura, gostei daqui.
Fica aqui o convite para conhecer o meu, serás um prazer te receber Pelos Caminhos da Vida.
Bom dia!
beijooo.