terça-feira, 21 de julho de 2009





Já não ah quero, é certo, mais quando a quis.
Minha voz procurava o vento para tocar seu ouvido
De outro, será de outro.
Como antes de meus beijos.
Sua voz, seu corpo claro.
Seus olhos infinitos
Já não ah quero, é certo, mais talvez a quero.
E tão curto o amor, e é tão grande o esquecimento
Por que em noites como esta ah tive entre meus braços
Minha alma não se conforma com haver-la perdido
Ainda que essa seja a ultima dor que ela me causa
E estes sejam os últimos versos que eu a escrevo.



[Pablo Neruda]

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